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Inoã, 19 de maio de 2044

Mais uma vez e para que não aconteça a morte da memória, evoco a obra de um educador de nome Korczak (pseudônimo de Henryk Goldszmit). Fixai bem o nome deste insigne pedagogo, médico, pediatra, escritor, ativista social e oficial do exército polaco.  Foi precursor de iniciativas em prol dos direitos da criança. No seu diário e no clássico “Como Amar Uma Criança”, dizia-nos que “nosso mais forte elo com a vida é o franco e radiante sorriso de uma criança” . E m Varsóvia, fundou e dirigiu um orfanato destinado a crianças judias . No início de novembro de 1940, o orfanato foi transferido para um gueto . N uma manhã de agosto de 1942, o chamado Pequeno Gueto foi cercado pelas tropas da SS. Durante a principal etapa de exterminação da população do gueto de Varsóvia, recusou proposta s para se salvar . No dia da deportação, pediu para as crianças colocarem suas melhores roupas e pegarem o seu brinquedo favorito. A companhou as crianças e, q uando estavam perto do seu destino, um soldado
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Plano Piloto de Brasília, 18 de maio de 2044

Numa noite de agosto de 1883, Dom Bosco teve um iluminado sonho místico, uma visão: “Entre os paralelos 15 e 20 graus, aparecerá a Grande Civilização, a Terra Prometida .”  Seria Brasília? Por sete anos, ali morei e, reencontrei o rastro do português Agostinho, visionário criador do Instituto de Letras da Universidade de Brasília. Nos idos de vinte, sentava-me debaixo da mangueira, onde Agostinho escrevia os seus poemas, que distribuía a professores e candangos.  Na UnB do Darcy, conheci o Chiquinho. Dizia que o grande diferencial da sua história de vida, além do amor pelos livros, eram as amizades. Se o seu maior tesouro eram os leitores e os amigos, dele me fiz amigo. E muitas mais amizades construí com quem amava a infância. Perdoai que fale um pouco mais de mim. Deu-me vontade, porque há quem nasça longe de casa, e esse foi o meu caso. Tive berço numa pátria, no Portugal da Ditadura de Salazar. Irei morrer nos braços de uma mátria gentil. Fui peregrino da educação, até um telúrico

Caçapava do Sul, 17 de maio de 2044

No Rio Grande do Sul da catástrofe ambiental de há vinte anos, uma equipe de educadores convidava-nos para viver e aprender em comunidade. A Escola da Floresta era, efetivamente, uma prática comunitária, na Linha de Lauro, Flexa, Freire, Nilde, Nise. O projeto coordenado pelo meu amigo Bruno dava resposta efetiva a necessidades sociais e educacionais de um tempo anunciado no “Colapso”, de Jared Diamond: “ A crise ecológica continua, profunda, lenta e inexoravelmente, a minar o capitalismo tardio pelas ondas crescentes de catástrofe climática, o aquecimento global e a destruição dos recursos naturais. A vida no planeta Terra está sitiada, à medida que continuamos a caminhar cada vez mais rapidamente em direção ao colapso ambiental.” O gesto de amor e a coragem dos educadores de Caçapava do Sul viria a contagiar milhares, como se tratasse da propagação de um vírus benéfico. As práticas da Escola da Floresta restabeleciam a ligação entre família, sociedade e escola, algo que a escola da P