Permiti, queridos netos, que vos volte a falar do... tempo. A insistência da instituição escolar em negar as diferentes relações que os alunos estabeleciam com o tempo contribuía para que fosse instituída nas escolas uma rotina que tudo abarcava. Por exemplo: a abstração “turma” deveria aprender, até ao final de um semestre, um determinado conjunto de conteúdos. Insistia-se em tratar o tempo de forma homogénea. Todos os alunos eram submetidos às mesmas tarefas, cumpridas num mesmo tempo. Essa prática era justificada com o argumento de que seria democrática, uma vez que, supostamente, todos tinham as mesmas oportunidades e a todos era exigido o mesmo exercício. Urgia identificar práticas de gestão do tempo e analisá-las criticamente, saber da repercussão nos resultados acadêmicos e outros efeitos. Saber por que se estabelecia a quantidade de horas de cada matéria, datas de (supostas) avaliações, períodos de férias e dias letivos, como se não existisse um currículo subjetivo, como ...