O mês de abril de dois mil e vinte e cinco foi aquilo que, hoje, se poderá chamar de “separador de águas”, foi tempo de se dissipar uma “cortina de fumaça”, que encobria uma política educacional perversa. E o Mestre Pedro “punha o dedo na ferida”:“Como poderia alguém continuar falando a seu respeito ao educando, se o testemunho que dava era o da irresponsabilidade, o de quem não cumpria o seu dever, o de quem não se preparava ou se organizava para a sua prática, o de quem não lutava por seus direitos nem protestava contra injustiças?
A prática especificamente humana é profundamente formadora – por isso, ética. Se não se pode esperar de seus agentes que sejam santos ou anjos, pode-se e deve-se deles exigir seriedade e retidão.
Aprendizagem implica, naturalmente, uma abordagem integral do estudante, muito além do cognitivo, um “processo formativo”, com qualidade formal e política, tipicamente emancipatório. O protagonismo do estudante é referência formativa substancial, girando o sistema totalmente em torno dele, assim como a família gira em torno dos filhos.
A escola cuida, então, da autoria do estudante, e o avalia por sua autoria, jamais por prova. Cuida do individual e do coletivo, sendo que aprendizagem coletiva é, como regra, preferencial.”
O Mestre Pedro abordava a problemática da avaliação, pois, também nesse domínio, a escola da sala de aula estava fora da lei.
A lei estabelecia que a avaliação fosse formativa, contínua e sistemática. Mas, a prova - o instrumento de avaliação mais usado em sala de aula – era excludente; não era contínua; era de aplicação periódica; e não era sistemática, porque incidia numa área ou disciplina. Quase nada avaliava, a não ser a capacidade de reter informação na memória de curto prazo, despejá-la num teste e esquecer.
Escutemos o Mestre:
“Avaliações se fazem para diagnosticar e prevenir. Em nosso caso, os dados assustam, porque são terríveis. Mais terrível ainda é persistir nesta rota, à revelia de qualquer diagnóstico minimamente honesto. Importa, não repisar a miséria, mas tentar sair dela.
Imagino que iniciativa primeira é abandonar o sistema atual de ensino; não presta, nem é sanável. É um equívoco, patrimônio de um país à deriva em educação, encalacrado em sua própria reprodução.
Para além do cinismo dos nossos dirigentes, sugere o mascaramento dos problemas, como se discurso festeiro viesse ao caso. Impressiona o quanto no país a pedagogia instrucionista é arraigada, nas esquerdas e na direita, formando um consenso aterrorizante.
Existe também o temor do novo: que seria uma escola sem aula? Mas temos referências já: veja-se o Projeto Âncora; é comunidade de aprendizagem e ciência, bem integrado na comunidade e pais, com muita participação discente, sem sala de aula, sem aula, com professores totalmente dedicados à aprendizagem dos alunos.”
O Mestre Pedro tinha andado por lá. E vira aquilo que uma administração educacional afetada por uma cegueira moral e ética não via, ou não queria ver.
“Quando se fala de inovação, é típico achar inovação em qualquer soluço, até mesmo numa videoaula. Ignora-se que inovação tem norte: é aprendizagem para todos. Se isto não ocorre, a rota é falsa.
Badalamos gestão democrática, em grande parte com muita razão, porque é ícone fundamental da escola pública. Mas encobrimos que, dada a miséria atual, gestão democrática, mais que referir-se à eleição de diretor, formulação coletiva do PP-P etc., precisa acertar o direito de aprender dos estudantes. Se estes não aprendem, a rigor não há nada para gerir.”
A prática especificamente humana é profundamente formadora – por isso, ética. Se não se pode esperar de seus agentes que sejam santos ou anjos, pode-se e deve-se deles exigir seriedade e retidão.
Aprendizagem implica, naturalmente, uma abordagem integral do estudante, muito além do cognitivo, um “processo formativo”, com qualidade formal e política, tipicamente emancipatório. O protagonismo do estudante é referência formativa substancial, girando o sistema totalmente em torno dele, assim como a família gira em torno dos filhos.
A escola cuida, então, da autoria do estudante, e o avalia por sua autoria, jamais por prova. Cuida do individual e do coletivo, sendo que aprendizagem coletiva é, como regra, preferencial.”
O Mestre Pedro abordava a problemática da avaliação, pois, também nesse domínio, a escola da sala de aula estava fora da lei.
A lei estabelecia que a avaliação fosse formativa, contínua e sistemática. Mas, a prova - o instrumento de avaliação mais usado em sala de aula – era excludente; não era contínua; era de aplicação periódica; e não era sistemática, porque incidia numa área ou disciplina. Quase nada avaliava, a não ser a capacidade de reter informação na memória de curto prazo, despejá-la num teste e esquecer.
Escutemos o Mestre:
“Avaliações se fazem para diagnosticar e prevenir. Em nosso caso, os dados assustam, porque são terríveis. Mais terrível ainda é persistir nesta rota, à revelia de qualquer diagnóstico minimamente honesto. Importa, não repisar a miséria, mas tentar sair dela.
Imagino que iniciativa primeira é abandonar o sistema atual de ensino; não presta, nem é sanável. É um equívoco, patrimônio de um país à deriva em educação, encalacrado em sua própria reprodução.
Para além do cinismo dos nossos dirigentes, sugere o mascaramento dos problemas, como se discurso festeiro viesse ao caso. Impressiona o quanto no país a pedagogia instrucionista é arraigada, nas esquerdas e na direita, formando um consenso aterrorizante.
Existe também o temor do novo: que seria uma escola sem aula? Mas temos referências já: veja-se o Projeto Âncora; é comunidade de aprendizagem e ciência, bem integrado na comunidade e pais, com muita participação discente, sem sala de aula, sem aula, com professores totalmente dedicados à aprendizagem dos alunos.”
O Mestre Pedro tinha andado por lá. E vira aquilo que uma administração educacional afetada por uma cegueira moral e ética não via, ou não queria ver.
“Quando se fala de inovação, é típico achar inovação em qualquer soluço, até mesmo numa videoaula. Ignora-se que inovação tem norte: é aprendizagem para todos. Se isto não ocorre, a rota é falsa.
Badalamos gestão democrática, em grande parte com muita razão, porque é ícone fundamental da escola pública. Mas encobrimos que, dada a miséria atual, gestão democrática, mais que referir-se à eleição de diretor, formulação coletiva do PP-P etc., precisa acertar o direito de aprender dos estudantes. Se estes não aprendem, a rigor não há nada para gerir.”
