Deixo aqui o registro de alguns dispositivos de avaliação utilizados na Ponte. Alguns destes instrumentos foram sendo dispensados ou reformulados, ao longo dos anos e - creio bem! - sê-lo-ão, nos próximos dez ou vinte anos.
No
Relatório, cada grupo descreve processos de descoberta.
O
Álbum é o produto de recolhas críticas de material para arquivo e consulta.
As
Bibliografias são instrumentos de apoio a consultas, elaborado no início do
desenvolvimento de cada plano quinzenal.
A
Ficha de autoavaliação é feita com ou sem a presença do professor e pode ser autocorretiva.
O
Teste de itens selecionados pelos alunos é elaborado ao longo de qualquer
projeto e negociado com os professores.
O
Teste sociométrico e o Inventário de atitudes são utilizados apenas quando são percetíveis
alguns sinais de conflito entre alunos, no interior dos grupos ou entre grupos.
A
Ata é redigida pelos alunos após um debate na Assembleia, ou um trabalho de
grupo. Permite comparar opiniões e níveis de desenvolvimento, são memória e
fonte de informação.
A
Comunicação tem a finalidade, como o próprio nome indica, de comunicar
descobertas. Poderá ser acompanhada por um suporte de gravuras, exposições,
roteiros de visitas, cartazes de registro de observações, "textos de que
gostamos".
O
Quadro de solicitações inclui dificuldades encontradas, a definição e a razão
de pedidos. Exemplo: "Eu quero falar com o professor, porque fiquei com
dúvidas quando estudei os primeiros povos da península. Já consultei a
biblioteca. Sou o Pedro".
No
Registro de disponibilidade, alunos e professores registram a sua
disponibilidade para ajuda de colegas. Por vezes, o aluno que se disponibiliza
prepara, por iniciativa própria, trabalho ajustado ao colega que quer ajudar.
No
Debate final de cada dia, alunos e professores registram as suas impressões
sobre o trabalho realizado: comparam-se as atividades do plano do dia com as
atividades realizadas; diz-se o que se aprendeu e o que ficou por aprender;
explica-se por que se fez e não se fez; comenta-se o trabalho feito individualmente,
em grupo, com os professores, ou no coletivo; critica-se, propõe-se. Os alunos
podem mesmo emitir juízos sobre a própria avaliação e esse ato poderá ser
também mais uma oportunidade de avaliação de atitudes: "Do que eu não
gosto é que, às vezes, eu não faço tudo e porto-me mal e dizer isso na
avaliação é um bocado chato (Miguel);
Na
avaliação contamos o que fazemos e a avaliação faz-nos pensar (Zé);
A
avaliação que eu fiz neste ano foi melhor porque foi para aprender e para
sabermos quem nos ajudou (Liliana);
Se
eu não escrevesse a verdade, estava a ser injusta para os meus colegas (Cátia);
É
importante porque nós vemos o que fizemos do plano do dia e é uma boa ideia
para ver do que somos capazes (Anaísa);
Faz-nos
ter pensamento e sermos pessoas (Almira);
Acho
bem que se tenha feito a Assembleia para se resolver os problemas que se passam
todos os dias na escola, para não serem só os professores a resolver Foi
importante ser boa aluna muito tempo, aprender os gráficos e descobrir como
sou. Aprendi coisas da vida, que eu não sabia que existiam. Aprendi a corrigir
os meus erros e a minha memória. Relembrei como se trabalha em liberdade e como
se faz a avaliação do trabalho, como se tira as coisas da cabeça e se aprende a
não copiar. Aprendi a fazer as coisas com imaginação e a encher uma folha com
coisas importantes (Ângela);
Fizemos
regras para cumprir. Eu tenho tentado cumprir, mas, às vezes, esqueço-me (…)”
Aamanhã,
completarei a lista de que partíamos para avaliar atitudes.
