A tarde do dia 29 de abril de há vinte anos mostrava-se auspiciosa. Eu regressava ao Porto e à escola onde, entre oficinas de serralharia e laboratórios de eletricidade, me fizeram eletricista. Naquele dia de abril, cerca de uma centena de extraordinários seres humanos se reuniram para fazer o que (há mais de cem anos!), precisaria ser feito. Sessenta anos eram passados. Apesar de dispor de excelentes professores, o velho e obsoleto sistema deseducativo usava artifícios para prolongar a sua agonia. Eram educadores, que carregavam um insustentável peso de conscientização – eram freirianos – graças a Deus! – armados de Amor e de Coragem, que assumiam um compromisso ético com a Educação. Naquele dia de abril, eu perguntava: “O que vos move?” “O que vos impede de agir?” E depositava nas mãos de uma nova geração de educadores o insustentável peso de responsabilidade com que havia atravessado mais de meio século. Fora penosa a jornada. Para afastar tristes recordações recorri a um dos meus...