Netos queridos, o prometido é devido: aqui vos deixo a resposta à interrogação formulada pelo maior responsável pelos destinos da formação contínua de professores dos idos de vinte e cinco: “Formação contínua de professores: Para quê?”. Em 1992 e se a memória não me falha, ambos cursávamos um mestrado. A minha dissertação tinha por referência duas décadas de formação em círculo de estudos, demonstrando que a formação poderia servir para nada, se não questionasse o modelo educacional instrucionista. A faculdade de ciências de educação e as escolas de formação, que deveriam ser espaços e tempo de produção de conhecimento, eram inovadoras em teoria e conservadoras na prática. Trinta anos após a publicação do Decreto-Lei nº 249/92, um discurso sofisticado não disfarçava a miséria das práticas. Enquanto formadores freirianos não-praticantes idolatravam Freire, Bourdieu era traído em salas de aula reprodutoras de uma pedagogia fóssil. E teoricistas, que jamais tinham alfabetizado, promoviam ...